quinta-feira, 12 de março de 2009

SAI QUE É SUA...

Poucos viram, mas Roma e Arsenal colocaram à prova ontem o grau de emoção da disputa de pênaltis. Tempo normal e prorrogação marcados pela falta de futebol. Joguinho bem feio mesmo. Os pênaltis seriam a salvação? Eu duvidava. Com o dueto Almunia e Doni em campo, qualquer coisa tem o mesmo efeito de uma dose concentrada de maracujina.

Contextualização rápida: a Roma venceu no tempo normal por um a zero com gol de Juan, mesmo placar da vitória do Arsenal no jogo de ida. Na prorrogação, empate sem gols. A disputa seria decidida na cobrança de pênaltis.

O croatíssimo Eduardo da Silva abriu a contagem batendo nas mãos de Doni. Para o torcedor do Arsenal, era quase como se a derrota houvesse sido decretada, já que só um milagre faria com que Almunia defendesse um chute.

Sorte que Vucinic, o homem que ficou de cueca em campo há alguns meses, quis os holofotes. Protagonizou a pior cobrança já vista na história do futebol. Perto de Vucinic, Edmundo ainda precisa de muito feijão com arroz.

Cobrança desperdiçada, disputa empatada, resultado que prosseguiu nos demais cobranças. Viria a série alternada (termo caro a Sílvio Lancellotti). Àquela altura, não se tratava mais de bater bem ou mal, o simples ato de colocar a bola no perímetro da baliza praticamente garantia que a cobrança fosse convertida. Pode parecer exagero, mas a sonolência se alastrava como uma virose de efeito imediato e até a novela Negócio da China tornava-se uma opção considerável.

Até que lá pelas tantas surge Tonetto. Que bonito. A cena exigia uma trilha sonora. Na minha cabeça, era a Quinta Sinfonia.

Tchan, tchan, tchan, tchaaaaan. Tonetto caminha calmamente, passo ante passo em direção a marca de pênalti. Tchan, tchan, tchan, tchaaaaan. Pega a bola e coloca na marca. Suspense.

Eu quase não conseguia olhar. Só torcia: tinha que ser agora. O desenrolar foi vagaroso, pelo menos assim me pareceu. Provavelmente passaram-se meros segundos, reconheço, mas pareciam minutos, horas, dias.

Hora do clímax. Tonetto partiu... armou... chutou e... - bum -... isolou. HA! Que alegria. Play na canção do final feliz. Acabava o suplício. O alívio foi indescritível. Só faltava rolarem os créditos. Enganei-me. Pênaltis são pênaltis, mesmo quando os piores estão em campo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Como diria um amigo meu "Penalti é loteria, Jr! Emoção, muita emoção! Coisa do ser humano."